sábado, 7 de abril de 2007

VIZINHO DO RÉU

Em uma Junta de Conciliação e Julgamento, em uma capital do Brasil, o juiz dá início à audiência, perguntando a um dos presentes:
"O senhor é da parte do reclamante?"
"Sou sim, senhor"
"E o senhor? É da parte do reclamado?"
"Sou sim, senhor"
"Vamos dar início à audiência..." - e vira-se para o reclamado: "Onde está seu advogado?"
"Ué... Não sabia que eu tinha que trazer advogado, ninguém me falou isso..."
"Então a sua defesa vai ficar prejudicada, seria prudente fazer um acordo."
"Tudo bem. Vamos tentar ver se chegamos lá.", conforma-se o reclamado.
Muito tempo depois...
"Doutor, não temos condições de fazer um acordo. Ele está pedindo R$ 5.000,00. Não tenho como pagar isso."
"Senhor, se não fizerem um acordo, provavelmente irá perder a ação. Aí o senhor será executado, seus bens serão penhorados, só vai ser pior para o senhor. Vamos tentar de novo. Ok?"
O reclamado ficou boquiaberto:
"Já que é assim, vamos novamente, então." Muitos minutos depois, chegaram a um acordo. Fecharam em R$ 3.000,00. O reclamado já fez o cheque, se dirigiu ao juiz e disse em tom de indignação:
"Doutor, aqui está o cheque! Mas eu vou falar uma coisa para o senhor: a gente vem pensando que está fazendo um favor para um amigo e cai numa arapuca dessas. Ninguém me falou que tinha que trazer advogado, que eu seria executado, que meus bens seriam penhorados... Eu não gostei muito dessa história de ser testemunha, não!"
"Como é? O senhor não é dono ou preposto da empresa reclamada?"
"Eu não, sou vizinho da sede da firma do filho do meu compadre. E ele me chamou para ser testemunha da empresa."
Desesperado, só cabe ao juiz lamentar:
"Pára... Pára.. Pára tudo... Vamos cancelar esses termos... Vamos riscar essa audiência da história..."

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